Considero sempre oportuno o ambiente a que somos sujeitos nos congressos, palestras e afins. Este, para além do que acabei de referir, teve uma componente emocional, pois foi, de certa forma um voltar às origens de estudante universitário, mas numa vertente profissional, o "outro lado". Pensava eu que a "enfant terrible" iria passar despercebida aos olhos daqueles, que na altura foram os meus professores e que agora são meus colegas. Pois enganei-me, qual quê... Para além das perguntas triviais, perguntaram-me se estava "mais calma"....
Por entre as 10 palestras a que pude assistir sobre o tema geral, já por si pujante, a Oncologia, onde em nenhuma das palestras, a palavra tumor deixou de se ouvir, foram enriquecedores não só os novos conhecimentos que vimos aprender, como também as novas tecnologias e tratamentos; os tais, "update". Ficamos sempre com noção quando os palestrantes são estrangeiros, e neste caso, refiro-me principlmente ao colega inglês Dr. David Argyle, Especialista Europeu em Oncologia Veterinária e professor na Universidade de Edingurgh, que por aqui em Portugal, estamos a anos-luz de puder fazer o que por lá se faz. Contudo encaro isso, como uma responsabilidade nossa acrescida, para podermos ir cada vez mais longe, sem que essa dita fasquia nos impeça de o fazer. Uma responsablidade em adiar uma eutanasia, que por aqui se faz ainda precocemente no tema abordado. É obvio que por detrás dessa vertente, aumenta a frustração do clínico na observância do caso clínico que poderia ser acompanhado por mais tempo. Mas é assim que progride a ciência, com casos clínicos...
Outra observância feita e que me deixou contente, foi a constatação de que, o tema "dor e cuidados paliativos" são assuntos cada vez mais falados. Podemos aí deduzir que acresce a devida importância dos donos em relação ao animal oncológico e de toda a família envolvida no lar onde se encontra. Um lugar à sensibilidade, que ultrapassa as normas correntes até então que o "animal é um animal", impune a dor, uma dor que só era exteriorizado e compreendida apenas por humanos. Mas eles sofrem e muito...
Por isso, e como sendo óbvio não estar aqui a descrever "palavrões científicos" ou descrições de casos técnicos, que ficaram na minha memória, posso concluir que
valeu a pena!