O "Sab", um canídeo macho de 2 anos de idade tinha desaparecido há 1 semana. Foi encontrado casualmente por um vizinho do dono, o Sr.Alfredo, que o vira preso num laço que é utilizado clandestinamente para fins venatórios.
O "Sab", não se conseguia movimentar, respondendo apenas à voz do seu dono tal era o seu sofrimento, o medo e a angústia que padecia.
O Sr. Alfredo cortou o laço que o prendia e trouxe o"Sab".
O "Sab", não se conseguia movimentar, respondendo apenas à voz do seu dono tal era o seu sofrimento, o medo e a angústia que padecia.
O Sr. Alfredo cortou o laço que o prendia e trouxe o"Sab".
Não foi fácil retirar o"Sab" nem manuseá-lo mas com a frieza e coragem do dono, lá conseguimos colocar o açaime de modo a transporá-lo sem nos causar danos físicos por defesa à dor.
O "Sab" foi anestesiado de imediato e começamos a averiguar as lesões em busca de retirar o laço sobrante.
Deixo o aviso que as próximas fotografias poderão ferir a sensibilidade do leitor.
Deixo o aviso que as próximas fotografias poderão ferir a sensibilidade do leitor.
O restante do laço encontrava-se embrenhado na sua própria carne e fizera a volta completa a nível abdominal.
Nunca vira tamanho caso (tivemos casos de laços com menor gravidade), e tive a preciosa ajuda do dono em corta-lo.
Corte
O resto do laço
Corte
O resto do laço
As lesões do "Sab" apareciam à medida que se retirava o pêlo e se retiravam os tecidos necróticos.
Desbridamento e limpeza antes da intervenção cirúrgica.
Foram cerca de duas horas de reconstrução dos tecidos. Remoção de tecido necrótico ou de todo o tecido com comprometimento da sua viabilidade; corte dos bordos de pele e aproximação da parede abdominal.
Foram cerca de duas horas de reconstrução dos tecidos. Remoção de tecido necrótico ou de todo o tecido com comprometimento da sua viabilidade; corte dos bordos de pele e aproximação da parede abdominal.
A pele foi suturada com sutura intradérmica contínua e reforçada com pontos simples em cruz. Deixei 2 drenos abertos.
Sabia que o "Sab" teria ficado 7 dias preso, pois em caso algum ele deixara alguma vez o seu dono.
Sabia que o "Sab" era forte e apercebi-me que o seu dono ansiava que ele recuperasse.
Já o disse e volto a afirmá-lo que ter fé, esperança e pensamentos positivos em torno do seu animal é um requisito fundamental no processo evolutivo da cura.
Não devemos nunca menosprezar essa força. Devemos-nos aliar a ela e aumentá-la, fazendo o melhor que estiver ao nosso alcance.
No caso do "Sab" foram 2 horas caminhando centímetro a centímetro e acompanhando os sinais vitais dele. Em mente retive a esperança do seu dono, misturada com a alegria que sentira quando o encontrou e sabia que aguardava o término da cirurgia.
São essas forças que nos movam, nos alimentam e que fazem toda a diferença.
Somos apenas um elo entre o animal e o seu dono, somos o reconstrutor do "canal" que se rompeu. Quando se rompe este "canal", surge a doença, o sofrimento e a tristeza e a nós compete-nos reconstruir este "canal".
Regressou 2 dias para banho e limpeza da ferida; um controlo apertado que não prescindo em casos desses.
A história do "Sab" mostrou-nos mais uma vez que a fé do seu dono fez toda a diferença.
O "Sab" mostrou-nos que não obstante ter passado 7 dias, não desistiu de ânimo leve, mesmo sem comida, ao frio e à chuva tendo como única companheira física a sua própria dor.
O "Sab" não se importou porque acontecera aquilo e por quem acontecera aquilo.
O "Sab" apenas se entregou para ser cuidado. Nada mais!
E nós, reconstruimos um canal!
Vai lá amigo...
Para a semana, retiramos os pontos e este funil!!
O "Sab" mostrou-nos que não obstante ter passado 7 dias, não desistiu de ânimo leve, mesmo sem comida, ao frio e à chuva tendo como única companheira física a sua própria dor.
O "Sab" não se importou porque acontecera aquilo e por quem acontecera aquilo.
O "Sab" apenas se entregou para ser cuidado. Nada mais!
E nós, reconstruimos um canal!
Vai lá amigo...
Para a semana, retiramos os pontos e este funil!!