30/09/2009

O INATO E O ADQUIRIDO

Em geral, as pessoas consideram que o inato e o adquirido são noções opostas e dão mais importância ao adquirido, associando-o ao livre arbítrio da espécie humana, que desse modo se pode libertar da sua estrutura biológica. E então concluem que o animal está basicamente estruturado pelo inato e que o adquirido é uma parte reduzida, senão inexistente, quando se trata das espécies ditas irracionais.

OS INCONDICIONAIS DO INATO

Para a espécie canina, a selecção baseia-se num princípio aceite pelos criadores: as características reaccionais de uma raça (e em primeiro lugar a sua existência) são inatas e devem ser mencionadas no estalão, que deve precisar os diferentes aspectos do "carácter" dos cães.

Para os cachorros, o papel do meio em que vivem é capital. É da riqueza de estímulos do meio que depende a qualidade da estruturação do córtex cerebral.

O MEIO, UM ELEMENTO DETERMINANTE

Ao mesmo tempo que as ideias se espalham e se aplicam nos meios cinófilos com vista à selecção, os cientistas que estudam o desenvolvimento comportamental dos animais renunciam a utilizar os termos "instinto inato" e "instinto adquirido", uma vez que estes termos não podem explicar a realidade.
Hoje sabe-se que todo o organismo vivo é o resultado da interacção entre o seu património genético (que define as orientações de desenvolvimento do organismo de uma maneira mais ou menos precisa) e o meio em que se desenvolve. Este meio pode modificar muito o curso dos acontecimentos geneticamente programados, parecendo bastante provável que o meio será o elemento mais importante nas espécie mais evoluídas.
Não parece que as coisas sejam diferentes em matéria de comportamento; assim, as possibilidades reactivas são ditadas pelo genoma mas é o ambiente que modela o seu desenvolvimento e articulação. Aqui, os especialistas falam de "epigénese".

GENÉTICA OU MEIO AMBIENTE?

Ora bem, esta visão do determinismo do comportamento tropeça em argumentos que emanam dos resultados obtidos pelos criadores, que continuam a seleccionar com êxito as características comportamentais. O que nos leva a evocar os diferentes elementos capazes de intervirem no determinismo do comportamento do cão.
É evidente que o património genético tem o seu papel, na medida em que dirige a construção do sistema nervoso e accionamento de certos mecanismos bioquímicos do funcionamento cerebral. Mas o meio ambiente actua sobre a anatomia do sistema nervoso, tanto antes como depois do nascimento.

O comportamento do cão adulto reflecte a qualidade da vida fetal do cachorro, assim como a da sua infância e da sua socialização.


Antes do nascimento
Durante a vida fetal já intervêm outros elementos para além do genoma, os quais orientam as características emocionais do indivíduo mesmo quando os factos observados dependam do inato. Sabe-se que quando as fêmeas estão em stress durante a gravidez aumenta a proporção de indivíduos da sua descendência com tendência para a ansiedade ou a depressão; inversamente, as fêmeas bem alimentadas, bem cuidadas, que não estão em stress, trazem ao mundo cachorros cuja aptidão para aprenderem e se integrarem no meio são muito grandes e que, ao que parece, terão mais tarde um lugar hierárquico mais elevado. Assim, os cachorros cuja mãe dominante tenha tido uma gravidez sem problemas têm mais probabilidades de se tornarem dominantes (mas os métodos de comunicação que se aprendem também terão a sua importância).

Depois do nascimento
O cachorro nasce com o sistema nervoso inacabado, pois as células nervosas, ou neurónios, ainda não estão interconectados. Numerosos trabalhos permitem concluir que os jovens que se desenvolvem num meio pobre em estímulos têm um córtex cerebral infinitamente menos rico em conexões que os indivíduos que se desenvolvem num meio rico em estímulos (mesmo quando se trata de jovens da mesma ninhada). O que demonstra como é importante a influência do meio e como pode ter consequências dramáticas a atitude de certos criadores, que mantêm a cadela e a sua prole longe de qualquer elemento estimulante.

A SOCIALIZAÇÃO,
UMA ETAPA DECISIVA

Quando o sistema nervoso se completa, por volta das três o quatro semanas, o cachorro aborda uma fase essencial da sua existência, a da socialização. Na realidade, intervirão dois tipos de fenómenos para estrutura o indivíduo e torná-lo apto a conviver com os seus congéneres e em sociedade: a impregnação e a hierarquização.
Este tema também já foi abordado aqui e aqui.

Ao nascer, o cão não sabe que é um cão; será precisamente graças à impregnação que ele toma consciência da sua natureza. O cão começa por tecer laço com a mãe ou com o substituto materno. Mas enquanto estiver a ser desmamado terá de se hierarquizar e para isso aprender a integrar-se no grupo, a comunicar com os seus congéneres e a controlar o seu comportamento em conformidade com a sua posição hierárquica.
O comportamento do cão adulto depende em grande parte da qualidade dessa socialização. Os exemplares - cada vez mais numerosos - cuja socialização se fez mal são instáveis, com frequência agressivos e sempre difíceis de tratar. Mas o seu património genético nada tem a ver com o caso.

Em conclusão, verifica-se que existe uma multidão de elementos que se associa para estruturar o futuro cão e que noções de inato e adquirido são completamente insuficientes para explicar esses complexos equilíbrios.

A selecção dos cães que se destinam a uma tarefa específica (aqui, cão de salvamento) é um argumento a favor da teoria de que as características reaccionais de uma raça são inatas.

28/09/2009

DIA MUNDIAL DA RAIVA


Hoje celebra-se o dia Mundial da Raiva.

aqui falei sobre a Raiva e de um surto que houve em Itália (aqui).

Nunca é demais relembrar que em todo o mundo, morre diariamente uma pessoa vítima de raiva em cada 10 minutos e anualmente as mortes ascendem a 55 000!!!

Segundo o Decreto-Lei n.º 314/2003 de 17 de Dezembro, que aprova o Programa Nacional de Luta e Vigilância Epidemiológica da Raiva Animal e Outras Zoonoses (PNLVERAZ) e estabelece as regras relativas à posse e detenção, comércio, exposição e entrada em território nacional de animais susceptíveis à raiva e a Portaria n.º 81/2002 de 24 de Janeiro, a vacinação é de carácter obrigatório em todo o território nacional, a partir dos 3 meses de idade.

Prevenir não custa.
Vacine o seu animal de estimação


Aqui vos deixo o excelente site sobre o dia Mundial da Raiva

htt://www.worldrabiesday.org



23/09/2009

APLICAÇÕES PRÁTICAS DA GENÉTICA-PARTE II


ELIMINAÇÃO DOS DEFEITOS LIGEIROS

Depois da eliminação das taras e dos defeitos mais graves, ao criador espera-o uma segunda fase na selecção, a eliminação dos efeitos ligeiros e a conservação ou melhoria das qualidades existentes, o que só se pode levar a cabo com acasalamentos bem planeados. O mal é que, por razões de economia, na maior parte dos casos os criadores só têm um macho reprodutor para cobrir todas as cadelas. Isto não é uma boa solução, porque um macho reprodutor, por muito bom que seja, veicula sempre no seu genótipo genes mais ou menos indesejáveis e, por isso, raramente se adapta a todas as cadelas do criadouro.

Há outros criadores que crêem que a solução é acasalar as suas cadelas com base no fenótipo do macho reprodutor, sem terem em conta que as aparências podem iludir. Também os há que crêem que um macho reprodutor é válido pelo número de campeões que o seu pedigree registar. Mas há mais pedigrees bons que cães bons. O título de campeão não quer dizer nada se o cão for bom "por acaso" e o seu genótipo for mau.

A melhor maneira de escolher um progenitor consiste em observar o maior número possível de colaterais seus (irmãos e irmãs) e colaterais dos seus pais. Assim, por exemplo, se se tiver uma fêmea reprodutora com orelhas demasiado grandes e se esse defeito for corrente na linha, tem de se encontrar um macho reprodutor com orelhas perfeitas (e não com elas muito curtas, pois nenhum defeito é corrigido por defeito inverso) e cujos colaterais, portanto, tenham orelhas perfeitas.

Deste modo, pode-se esperar razoavelmente que a qualidade seja bem fixada no genótipo do macho reprodutor e que essa característica dominante neutralize o carácter indesejável expresso na cadela. Mas, seguido sempre o mesmo princípio, há que zelar por que as qualidades solidamente implantadas na cadela não sejam destruídas pelo carácter "orelhas perfeitas".

É evidente que o criador tem de tentar conhecer o aspecto, e não só pelos papéis ou pelo que lhe disserem, do maior número possível de cães pertencentes à linha que utiliza. O que obrigará a documentar-se, a deslocar-se, enfim, a fazer um verdadeiro inquérito para se livrar dos "genes maus".


Um princípio básico para qualquer criador é desconfiar das aparências, pois um exemplar que parece perfeito pode ter alguma tara oculta. Portanto acima de tudo deverá escolher os progenitores com uma extrema prudência.


22/09/2009

APLICAÇÕES PRÁTICAS DA GENÉTICA-PARTE I

Em geral, a ambição de qualquer criador é conseguir fixar a qualidade das suas linhagens e eliminar os seus defeitos. Como consegui-lo? Com algumas noções de genéticas suficientes, o problema consiste em pô-las em prática.

ELIMINAÇÃO DAS TARAS

A base de qualquer programa de selecção é o conhecimento do genótipo dos animais. Antes de mais nada, tem de se verificar se não há nenhuma tara nem defeito grave, pois mesmo que um exemplar pareça perfeito, não se pode excluir dessa eventualidade.
Como é evidente, a eliminação das taras implica a sua identificação. Sabemos que a relação predominância-recessividade não é universal na sua forma mais simples. É mesmo bastante rara. Mas o conhecimento deste princípio é já um primeiro passo para a compreensão da genética. Por sorte (se assim se pode dizer), há muitas taras que se devem a um par de alelos recessivos e cuja expressão está sujeita a essa lei fundamental. Portanto, esses genes podem ser identificados e eliminados com bastante facilidade.

Tomemos o caso de uma doença hereditária, a atrofia progressiva da retina. Sabe-se que um gene recessivo só pode expressar em presença de dois alelos recessivos. Por conseguinte, se um exemplar apresentar essa tara é certo que os seus dois progenitores eram portadores dela. O conhecimento desta lei poderia resolver bastantes litígios, pois quando se dá esse género de acidente numa ninhada, o proprietário da fêmea reprodutora deita as culpas para o macho reprodutor (se este não for o seu), e vice-versa.

Mas essas desgraças são uma vantagem, na medida em que permitem localizar o gene "mau".
Infelizmente é imperativo retirar progenitores e progenitura antes do tempo, pois a transmissão de taras escondidas no genótipo de híbridos (portadores sãos) é dificilmente controlável e pode ter consequências catastróficas.

Em Inglaterra, alguns criadores recorreram a um método radical- embora bastante traumático- para eliminar a atrofia progressiva da retina que se havia disseminado entre os Setters irlandeses e uma maneira que muitos consideraram irreversível.
Recorreu-se a um macho cego que sofria dessa tara para acasalamentos experimentais, a fim de identificar os exemplares portadores do gene.
Segundo a lei de Mendel, uma cadela sã e não portadora (homozigótica) só pode engendrar exemplares isento da tara, dado que esta só se manifesta quando os dois progenitores são portadores. Em contrapartida, nascem afectados metade dos cachorros de uma fêmea na aparência sã mas portadora da tara (heterozigótica) que tenha sido coberta por um macho afectado e, portanto, forçosamente portador. Assim, no quadro desse acasalamento, chamado back cross, o nascimento de um só cachorro com a tara fornecia a prova irrefutável de que a sua mãe era portadora.
Este método apesar de muito cruel por implicar o sacrifício dos cachorros com a tara, revelou-se extremamente benéfico, pois permitiu salvar o setter irlandês em Inglaterra.

Há outro procedimento menos expeditivo que o back cross, embora também menos seguro e rápido, para conseguir identificar os genes indesejáveis, a consanguinidade. Este método permite revelar se não se camuflaram taras no genótipo de portadores sãos, já que a consanguinidade tem como defeito aumentar a proporção de exemplares homozigóticos e reduzir a dos exemplares heterozigóticos. Nalguns locais, a consanguinidade é um tema tabu. A maior parte das pessoas imagina que um casal consanguíneo produz automaticamente cães com taras ou doentes. No entanto, a consanguinidade não cria genes malignos nem provoca taras; limita-se a revelá-las, quando existem (caso em que se declaram sempre, mais tarde ou mais cedo).

O criador preocupado em melhorar a qualidade dos seus produtos deverá ocupar-se, numa primeira fase, de eliminar as taras e em seguida os defeitos leves. Depois terá de se dedicar a fixar as qualidades das suas linhas, procedendo para isso a acasalamento bem planeados.

19/09/2009

TERRITÓRIO-PARTE II


Quando se conhece a complexa organização do espaço em que vive o cão, é fácil compreender as repercussões que as perturbações e incoerências que afectam esse "território" podem ter sobre o equilíbrio do animal.

Pode considerar-se que a gestão do espaço do grupo em cujo seio vive o cão tem muito com a génese das sociopatias, isto é, dos transtornos da organização social, bem como de certas hiper-agressividades secundárias e depressões de involução.

AS SOCIOPATIAS

No caso das sociopatias, o mecanismo é bastante simples. Quando o cachorro atinge os cinco ou seis meses, produz-se a ruptura dos laços afectivos e sociais que o ligavam à sua mãe. Essa ruptura, que também se chama "abandono" é acompanhada pela proibição de frequentar o centro do território (onde até então vivia coma mãe) e que a partir de então, fica exclusivamente reservado as dominantes.
O cachorro que é introduzido no seio de uma família humana não sofre esse abandono nem essa marginalização devido à forte relação afectiva que se estabelece entre ele e o dono. Neste caso, o jovem macho (estes problemas afectam mais os machos do que as fêmeas), cuja situação hierárquica não está suficientemente definida, converte-se num potencial rival do macho dominante, que neste caso é o seu dono. Os primeiros confrontos que se produzirão terão lugar na zona de isolamento dos donos (o quarto), pelo que se deve procurar que o cão não se instale com o seu dono nessa divisão. Na medida em que essa situação se pode evitar com relativa facilidade, as sociopatias corrigem-se sem problemas de maior. O mesmo não acontece com outras patologias do comportamento ligadas a desequilíbrios territoriais.

Geralmente é o dono quem determina a zona de isolamento do seu cão, muitas vezes sem ter em conta as suas necessidades. Embora à partida possa parecer que basta um recanto no chão, se o cão não estiver de acordo tentará encontrar outro lugar!

HIPER-AGRESSIVIDADE E DEPRESSÃO

A importância da zona de isolamento

Convêm recordar aqui que o território está normalmente organizado em zonas, tendo cada uma das quais uma função precisa. A zona de isolamento, por exemplo, é extremamente importante para o equilíbrio emocional do cão. Com efeito, essa zona é o lugar para o qual o animal se retira em caso de perigo ou de conflitos que ele não conseguiu resolver a seu favor. A sua localização é escolhida pelo cão em função do grau de segurança que lhe proporciona. É evidente que a categoria social e o equilíbrio emocional do cão influenciam esta escolha. Os dominados e os ansiosos tentam furtar-se por completo à vista dos restantes membros do grupo familiar, enquanto, os dominantes e os indivíduos estáveis se mostram muito menos difíceis neste aspecto. Contudo, acontece muito frequentemente ser o dono quem decide a zona de isolamento (ou o local de descanso) do animal, fazendo-o em função de contingências meramente humanas. Por vezes esta maneira de actuar pode ocasionar problemas e, se o dono não tem em conta determinadas necessidades do animal, pode acontecer que este vá dormir num sítio diferente daquele que se lhe tinha destinado.

A zona e isolamento deve proporcionar segurança, pelo que muitos cães encontram refúgio ideal debaixo de uma mesa.

...e do seu acesso
Há, portanto, que respeitar algumas regras. Depois de ter descartado todos os lugares que possam ter um valor hierárquico (quartos, corredores, sofás, cadeirões, etc) há que ter em conta que o facto de ter um tecto logo acima da cabeça tranquiliza o cão. E por esta razão que estes animais gostam tanto de dormir debaixo das mesas, numa casota, num cesto (no caso de pequenas raças, claro), etc.

Mas de nada servirá encontrar um bom local de isolamento se as suas condições de acesso forem impedidas para a tranquilidade do animal pois, quando este se retira para o seu canto após ter sofrido uma agressão ou quando está doente, sofre ou tem necessidade de dormir (o momento de dormir é precedido por uma forte tensão emocional), necessita de encontrar calma.
Por outro lado, para o cão que sofre ou que foi vencido, a zona de isolamento confunde-se com a de agressão e qualquer intruso, seja ele quem for, será severamente admoestado pelo ocupante do seu lugar. Assim, todos os proprietários devem saber que nunca se persegue um cão que se retira para o seu cesto ou para o seu canto preferido depois de ter sido repreendido (mesmo se se considerar o castigo insuficiente). A infracção desta regra significa expor-se a ser mordido, o que se deve considerar como expressão de um profundo mal-estar sofrido pelo cão agredido desta forma.

A zona de isolamento é uma fortaleza inexpugnável e a recepção que o seu ocupante dirige aos estranhos é bastante fria. Por essa razão, convém tomar todas as precauções possíveis quando nos aproximamos de um cão que está doente e que foi refugiar-se no seu cantinho.

Por outro lado, um cão doente que se refugia no seu cesto não se deve tratar de uma forma demasiado seca, sem preâmbulos. Há que se aproximar dele com uma voz suave e tranquilizadora, inclinar-se até ficar à sua altura sem tentar olhá-lo nos olhos. Se ele começar a ter convulsões, a tremer e a virar a cabeça, saiba que está a tentar dizer-lhe que quer impedir que se aproxime dele.

Detenha-se, pois a sua insistência poderia provocar uma reacção de agressividade devida ao medo. Depois de ter interrompido a sua aproximação inicial, tente acalmá-lo adoptando posturas de convite à brincadeira (para isto dê pequenas palmadas nos joelhos inclinando várias vezes a parte superior do corpo para a frente) e não passe daí até que o cão adopte posturas que indiquem que se acalmou.
Os cães que são frequentemente agredidos na sua zona de isolamento poderão desenvolver uma hiper-agressão secundária se as dentadas chegarem para afastar os intrusos, ou pelo contrário cair numa depressão se a táctica inicial não der resultado.

17/09/2009

TERRITÓRIO-PARTE I

Embora seja costume pensar que quando um cão levanta a perna ou ameaça um desconhecido está a marcar o seu território, no primeiro caso, e a defendê-lo, no segundo, a verdade é que a noção de território só se pode aplicar ao conjunto da matilha.

O território, uma questão da matilha

Considerar que um cão marca ou defende o seu território é aplicar a cada representante da espécie canina um conceito que se aplica essencialmente aos mamíferos solitários, a maioria dos quais marca uma parte do espaço que ocupa depondo diversas secreções nos seus lugares de passagem. O cão, que é um animal social, não tem um território individual; este pertence à matilha.

Os campos territoriais

Na realidade, os cães, tal como muitos outros mamíferos sociais, ocupam um espaço em que exercem diversas actividades e que é defendido pelo conjunto dos membros do grupo. No interior dessa zona, distribuem-se em função da sua categoria social e da actividade a que se dedicam. Assim, no território da matilha cada cão tem campos territoriais relacionados com situações emocionais e comportamentais precisas. Os campos territoriais dividem-se em três tipos:
  • campo de actividade, que são zonas em que o animal exercer uma dada actividade (caça, brincadeira, etc.);
  • campos de isolamento, para os quais o cão se retira quando quer quebrar o contacto com os seus congéneres;
  • campos de agressão, que são porções de espaço em que a intrusão de um congénere provocará, quase com toda a certeza, uma reacção de agressão.

A categoria social de cada indivíduo determina a parte do território da matilha em que terá este ou aquele comportamento e, por conseguinte, delimita os seus diferentes campos territoriais.
Assim se explica que o campo de isolamento, o campo de agressão e uma grande parte do campo de actividade dos dominantes se encontrem no centro do território da matilha. O resto da população reparte-se em camadas concêntricas em torno do campo de isolamento dos dominantes e na periferia do território fica uma zona de limites imprecisos, povoada pelos machos jovens, expulsos do centro pelos progenitores quando atingem a puberdade.
Todos os membros do grupo consideram extremamente importante ser tolerado no campo de isolamento dos dominantes, pois isso pressupõe prerrogativas sociais de dominante e é, por assim dizer, uma "promoção social"; por exemplo, quando as jovens fêmeas entram em cio, tentam fazer que o macho ou machos dominantes as admitam no seu círculo.

VIVER COM OS HOMENS


Quando o cão vive em companhia do homem, é evidente que não se pode existir uma tal distribuição concêntrica, mas o seu princípio continua a estar presente. Quando chega à família que o acolhe, o cachorro considera os donos substitutos dos progenitores e, portanto, machos dominantes. O jovem cão procura em particular a sala onde eles se retiram (em geral, o quarto de dormir), assim como os locais em que se dedicam a actividades de grupo.
O facto de os donos o aceitarem no quarto de dormir representa para o cão de companhia, até depois da puberdade, que estão a ser feitos sinais de reconhecimento por parte daqueles a quem considera dominantes e, assim, tentará disputar o lugar que ocupam. Ao adoptar tais atitudes, o cão pode tornar-se agressivo para com o dono do mesmo sexo.

Algumas salas relativamente pouco frequentadas pelos habitantes da casa; são as divisões que convém conceder ao animal, a fim de o manter na sua categoria de dominado.

No entanto, esta "marginalização" não deve ser demasiada marcada: colocar o cão num nível hierárquico demasiado baixo parece ser a causa de muitas fugas, durante as quais ele tentará integrar-se noutros grupos, tal como faria no interior de uma matilha.

CLIENTE 2000

Pois é, a dona Maria é hoje a nossa cliente N.º 2000!!!!!

Para nós, um pequeno passo,
para a BandarraVet, um passo de gigante!


Em nome do Staff clínico, reitero os meus sinceros agradecimentos pela vossa confiança.

Maria Paula Ribeiro



13/09/2009

REGRESSO

Chegou o momento de regressar ao trabalho.
Amanhã aguarda-nos um dia em pleno, uma nova fase e término de projectos interrompidos.


Estou pronta e feliz por isso. Tudo tem o seu tempo e o tempo foi sábio e benemérito para as minhas férias.

Desejar mais tempo seria cair na ociosidade!


Deixei por lá os meus pedidos ao grandioso Sol, pedindo ao mar uma igualável força da sua mansuetude.

Pedi às gaivotas que levassem ao Céu as minhas palavras...

A ti, em especial, querida amiga Justina que foste a minha grande companhia durante esse período,
agradeço-te mais uma vez.

Dissémo-lo por diversas vezes que a coincidência que nos juntou não foi casual, agradecendo a Deus por nos ter presenteando esta dádiva.

E a página fechou-se...

Na BandarraVet está tudo a postos.


Aqui vamos nós!


12/09/2009

FIESA 2009


Recomendado pela Justina, fui visitar Fiesa 2009, a maior cidade de areia do mundo com 15 000m2 de área, 35 000 toneladas de areia esculpida por 60 escultores mundialmente reconhecidos, dedicado este ano às descobertas.

Estará aberta até dia 22 de Outubro e localiza-se em Pêra- Algarve, por ser aí que a areia fornece as melhores características favoráveis a este tipo de escultura.

Deixo-vos aqui uma amostra destas pequenas maravilhas!

Este cientista dispensa apresentações!

Pasteur na sua revolução no mundo da Medicina!


A descoberta do corpo humano!


Esta também me tocou!!! Fabulosa não é?
Ai quem me der estar no lugar desta mulher... ao pé de Freud!
Procurei o chow-chow (cão de estimação de Freud), mas não o vi!!!


A descoberta da música!



Não é uma das maiores descobertas??? A maçã...
Isaac Newton, físico, matemático e astrónomo descobriu a teoria da gravidade...e inventou o telescópio!!!

A descoberta do tempo, do relógio!


Festa romana.
As uvas fui eu que as apanhei, lol

O Egipto!!! Eu perco a cabeça com o Egipto!!!


O descobridor de Tutankhamon, Howard Carter.


"Conhece-te a ti mesmo", " Só sei que nada sei"...

Sócrates, o extraordinário filósofo que mudou o pensamento e influenciou Platão!

Cristóvão Colombo e a América!!!
Ai os meus queridos índios!!!


O nosso Infante D. Henrique e os descobrimentos!

Sublime!

A ilha dos Amores, pelo...

Magnificente Camões!!!

Vale a pena conhecer.

PS: cliquem nas imagens para ampliar



ILHA DE TAVIRA

Neste dia escolhemos um local diferente, a ilha de Tavira. Tinha-me chamado a atenção quando olhei o mapa. Nenhuma de nós a conhecia, por isso lá fomos nós!

O acesso faz-se preferencialmente de barco, onde se avistam mesmo à beira pequenos cardumes nas águas cristalinas.

Seguimos o "rebanho"...

Não sou pessoa de ficar muito quieta no mesmo sítio e muito menos em cima da toalha. Então entre banhos no mar de água quente, deambulei pela praia à cata de conchas. Senti-me emeninecida! (eu sei, eu sei, o meu estado normal!!!!)
Aqui está a minha colheita! Ideia já a tenho, irei coloca-las num vaso de cristal vertical e repleto de água, reflectindo com mais intensidade a cor delas...

Agora uma pausa...
Embrulhei-me neste maravilhoso romance de Pedro Elias, "Murmúrio de Um Tempo Anunciado", facilmente adquirido na Editora Anjo Dourado (clique aqui) onde o tempo une o passado e o futuro no presente em uníssono, por onde descobrimos o quão poderoso pode ser a nossa fé, o nosso amor a Cristo e Maria Madalena, onde simplesmente não existem obstáculos aos olhos de Deus mesmo vivendo em momentos de atrocidades, desamor, ódio e raiva por um povo cego.

Recomendo!

Regresso, que os meus meninos estão à minha espera!

Um miminho! Falaram-nos de uns bolinhos de amêndoa com ovos moles típico daqui...Uma delicia!!
Ora bolas...
As minhas pernas "canivete" estão a aquecer!!!!

Lindas salinas em Tavira!!!

Olá meus lindos!!!

Ai tantas saudadinhas...

A refrescar as minhas pernas "esturicadas"!!!

O meu guardião!
Avalon, don´t worry, que estou na parte baixa! (não sei nadar, não!)

Continuando o descanso na leitura!!!!
Este livro é empolgante mesmo, terminando-o pela noite dentro...
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