29/04/2009

PELAGEM TARTARUGA - UMA HEREDITARIEDADE LIGADA AO SEXO

"Miola", europeu comum, tartaruga

Qualquer gene localizado no cromossoma X (em mamíferos e outros) ou no cromossoma análogo são denominados ligados ao sexo.
O seu sistema de herança cruzada é característico dos genes ligados ao sexo. Este tipo peculiar de herança é devido ao facto de que o cromossoma Y não transmite alelos homólogos àqueles do locus em questão no cromossoma X.

Os gatos domésticos podem ser pretos ou amarelos, enquanto que as fêmeas podem ser pretas, amarelas ou malhadas, mais conhecida por Tartaruga.

A título exemplificativo imaginam o seguinte:
Xa Xa (cromossomas sexuais da fêmea de pelagem amarela onde o "a" significa o alelo para a cor amarela).
Com um gato de cor preta Xp Y (cromossomas sexuais do macho de pelagem preta onde o "p" significa o alelo para a cor preta)

Desse cruzamento, as possibilidades são as seguintes: XaXp (todas as fêmeas serão malhadas ou tartarugas) e XaY todos os gatos machos serão amarelos.

Assim é fácil concluir com este exemplo muito simplificado, que, apenas as fêmeas podem ter a pelagem Tartaruga. Não se encontrem gatos, machos, malhados!
Parece que a natureza dotou uns pontos de beleza a favor do sexo feminino. Ou será que alguma vez viram um macho tartaruga?
Garanto-vos, que é muito, muito raro, e a surgir essa possibilidade, haveria uma duplicação do cromossoma sexual feminino de forma a surgir o seguinte XaXpY.

Ísis, bébé persa, tartaruga

"Osíris", europeu comum, tartaruga.

"Lua", europeu comum, tartaruga

Quando avistarem um felino Tartaruga, podem apostar que é uma fêmea. Eu já ganhei muitas apostas assim! :-)

26/04/2009

VETERINÁRIOS HUMANITÁRIOS


Serão os médicos veterinários profissionais diferentes dos outros? A verdade é que a sua diferença reside na formação técnica e científica, contudo a formação humana é a que cada um desenvolve ao longo da sua vida. Mas será que isto lhes confere um carácter distintivo?

Os médicos veterinários, pelo contacto que têm com realidades distintas, podem ter um papel a desempenhar no desenvolvimento da produção de animais para consumo humano e na transformação dos produtos de origem animal, contribuindo, desta forma, para a melhoria das condições de vida de muitos milhões de seres humanos.
Apesar dos enormes avanços no campo da produção de alimentos, seja de produtos vegetais seja de animais e de produtos transformados e derivados deles, a verdade é que a sua distribuição não é homogénea pela população mundial.

Os números da população mundial que vive em condições de pobreza são alarmantes. As estatísticas revelam que cerca de um terço daquela vive abaixo do limiar da pobreza, dependendo na sua maioria da agricultura. As catástrofes naturais, a guerra ou o subdesenvolvimento são realidades que persistem em muitos países, e que destroem quer meios de produção, colheitas ou impossibilitam a formação de médicos veterinários. Nestas zonas também é extremamente difícil a distribuição regular de fármacos destinados tanto às pessoas como aos animais e as redes de saúde pública são inexistentes ou totalmente ineficazes.
É neste contexto que se propõem actuar os Veterinários Sem Fronteiras.
Esta organização humanitárias de veterinários, sem fins lucrativos, nascida em França em 1983, rapidamente se estendeu a outros países, tendo chegado também a Portugal.

Em 2006 foi criada a Associação Veterinária Sem Fronteiras - Portugal que, à semelhança das suas congéneres europeias têm objectivos claros no campo humanitário e que não é demais apoiar.
São vários os objectivos desta associação, entre os quais se destaca a vontade de contribuir para a melhoria da saúde animal e da saúde humana através da prevenção das zoonoses, valorizar os produtos de origem animal e providenciar apoio veterinário às populações mais necessitadas dos países em vias de desenvolvimento.
A participação em projectos de formação e investigação e na transmissão de conhecimentos técnicos nas áreas da produção, saúde e bem-estar animal, medicina preventiva e saúde pública veterinária, é outra das áreas de investigação desta associação.

Os objectivos são mais vastos e não se esgotam nos princípios enunciados. O que é importante salientar é a generosidade que os médicos veterinários que integram estas associações e em particular os portugueses, demonstram, colocando o seu tempo, os seus conhecimentos e a sua dedicação ao serviço das populações mais necessitadas do planeta.
No caso dos portugueses, o capital da história da presença nos cinco continentes ao longo dos séculos alicerça uma relação que se torna fácil e que os impele a ajudar no desenvolvimento das populações, transportando consigo toda a experiência da medicina veterinária desenvolvida em Portugal e em África.

Vale a pena divulgar esta Associação e apoiar as suas causas. Colaborar é contribuir para a globalização positiva da melhoria das condições de vida de muitos milhões de pessoas.
Também aqui as ciências veterinárias estarão ao serviço de quantos possam beneficiar delas.

Por Carlos Godinho, presidente da direcção da Sociedade Portuguesa de Ciências Veterinárias, in "Veterinária Actual"

Conheço esta Associação há uns anos. Actualmente é-me impossível dar o meu contributo pessoal, mas que faz parte de um sonho meu, faz! Não terminarei a minha carreira profissional, sem o fazer, seja no que for, em que continente for, e em que circunstâncias forem.


23/04/2009

AQUI E AGORA - SIC


Por opção, não vejo televisão. Apenas à hora de almoço, no restaurante onde vou almoçar. Hoje chamou-me a atenção para o debate que irá ocorrer hoje, na SIC, a seguir ao telejornal, sobre os direitos dos animais (clique aqui). Confesso que quando vejo debates, fico sempre com a sensação de "muita uva e pouco sumo", ficando aquém da satisfação de se verem resolvidas certas dúvidas.
O blogue da Quistis--world (clique aqui), também faz um apelo.

Hoje, irei assistir. Espero que seja um debate, civilizado, pois o tema é apimentado que chegue em críticas, e que seja escrutinado e desenvolvido a essência do tema: Direito dos Animais!

22/04/2009

DESAPEGO


Talvez um dos maiores desafios pelo qual passamos diariamente na nossa vida, seja a do desapego. Na nossa condição de ser humano, todos os dias enfrentamos situações de apego: objectos pessoais, casa ou outras propriedades, carro, animais de estimação, dinheiro, pessoas, emprego, saúde ou até mesmo, a própria doença. Apegos, uns mais fortes do que outros, mais difíceis de ultrapassar, seja por medo, por fraqueza, por ilusões ou desilusões, por tortura egocêntrica, ou mesmo por padrões culturais e religiosos enraizados desde tenra idade...

A vida e os seus problemas devem ser encarados e lidados de frente, mas não são coisas às quais devamos-nos apegar. É verdade que o dinheiro tem a sua importância, mas a pessoa que se apega a ele torna-se avarenta e escrava do dinheiro. É muito fácil apegarmos-nos à nossa beleza, às nossas aptidões ou às nossas posses, e assim nos sentirmos superiores aos outros. É igualmente fácil nos apegarmos-nos à nossa fealdade, à nossa falta de aptidões ou à nossa pobreza, e assim nos sentirmos inferiores aos outros. O apego às condições favoráveis leva à avidez e ao falso optimismo, enquanto que o apego às condições desfavoráveis leva ao ressentimento e ao pessimismo. Sem dúvida alguma, o nosso apego às coisas, condições, sentimentos e ideais é muito mais problemático do que possamos imaginar.

O apego encaminha-nos para um caminho doloroso, sombrio, quando continuado, proporcional à força que possui. Ficamos com raiva, preocupados, tornamos-nos ávidos, fazemos queixas infundadas e temos todos os tipos de complexos. Toda estas causas de infelicidade, tensão, teimosia e tristeza são devidas ao apego.

O maior apego que tenho vivido e sentido, foi o apego pelo meu pai. Partiu há precisamente 19 anos, no presente dia. Tinha eu 16 anos, numa idade em que me sentia quase adulto, mas perder um deles, foi como ter ficado sem apoio, sem amparo e sem alicerces. Não é minha intenção reviver esse momento, mas sim, ao caminho que me fez percorrer. Enfrentar o caminho do apego, é enfrentar um caminho de medo envolto por um sentimento de total insegurança. Tenho vindo a lutar, todos estes anos, ao desapego de uma dor interna e irascível, que se tinha acumulado.

Tentar compreender e sentir a minha própria vida, como ser humano, um ser de luz, com a minha própria individualidade, não alicerçada por alguém, mas apenas por mim própria. Entender que é pela via do desapego que desperta o mais puro e genuíno do nosso ser, da nossa individualidade, uma vida de iluminação. Afinal, quando nascemos, "ninguém é de ninguém".

Uma luta interna e profunda que me fez percorrer uma viagem a solo, num túnel construído por mim própria, caminhando de lado com o meu próprio ego. Uma viagem que me fez conhecer as minhas cruéis fraquezas, o meu lado mais egoísta, frio e sombrio. Puro egoísmo, quando pensei que "aquela pessoa" me fez falta, pois subestimei os meus limites. Pura baixa auto-estima pois subestimei os meus valores e toda a minha força interna. Quantos de mim foram actos de egoísmo, de ira ou de raiva como se pudesse partir um copo em mil pedaços dentro da minha própria mão, sem sentir dor? De complexos de inferioridade pelos meus companheiros de vida? De tristeza imensurável, por vezes? Todas estas condições, foram tomadas de consciência impregnadas de fortes emoções, que me levaram ao ressentimento, à ira, ao pessimismo, algumas vezes mesmo, ao ódio. Mas foram indispensáveis. Serviram-me de uma experiência de valor incomensurável, e foram o ponto de partida para engendrar por novos caminhos.

O desapego purifica a nossa mente, os nossos vasos sanguíneos, os nossos órgãos, sistemas, todo o fluxo energético que jorra dentro de nós e nos alimenta. Durante anos tentei perceber o apego, e, consequentemente, o do desapego. Sentir por um lado, uma força interna de pertença, e por outro lado, um desejo intenso de me libertar de algo que sabia que já não me pertencia (se alguma vez o foi). Aceitar que chegou a hora, este momento, o da libertação.

É certo, levei muitos anos a tomar essa atitude, a do desapego, mas uma tomada de consciência que vem de dentro, da minha própria alma ou espírito. É uma predisposição interior, não é um processo exterior. Não me tornarei uma pessoa mais fria perante a vida, nem tão pouco mais desinteressada bem pelo contrário, do desapego deriva um calor interior e quando acompanhado por uma atenção plena ao próprio presente, deriva compaixão. Cultivar a atitude de desapego, é cultivar emoções positivas, de generosidade, de fraternidade, de paciência, de complacência, de amor, todos eles, ingredientes indispensáveis à nossa própria felicidade.

Nos últimos anos, fui sentindo com mais intensidade que a vida é mutável; todas as coisas são mutáveis; todas as condições são mutáveis. Comecei a aprender a "deixar ir" as coisas. Todos os abusos, a raiva, a censura, o ódio; deixar que eles venham e que se vão. Tudo o que faço, devo fazê-lo com sinceridade, com honestidade, humildade e com todas as minhas forças; e uma vez feito, feito está. Tentar não me apegar.

Muitas pessoas se apegam ao passado ou ao futuro, negligenciando o importante presente. Devemos viver melhor o "agora", com plena responsabilidade.

Já os sábios o diziam, como Buda: "Quando o sol brilha, desfrute-o; quando a chuva cai, desfrute-a. Todas as coisas nesta vida - deixe que venham e deixe que se vão. Este é um segredo da vida que nos impede de ficar aborrecidos ou neuróticos".

No presente dia, decidi dar a mim mesma um passo importante, com consciência empenho, humildade e honestidade para comigo própria: deixar o caminho do apego, e iniciar um novo, transcendendo-me, uma verdadeira sensação de metamorfose...

Tal como disse Yoda: "Precisamos desaprender o que aprendemos".

Maria Paula Ribeiro

21/04/2009

ACREDITAÇÃO DA BANDARRAVET



Para os leitores e amigos mais assíduos, foi visível que o blogue esteve durante algum tempo mais "parado". Chegou o momento de explicar esta breve mas necessária pausa. Há aproximadamente três meses que estamos a reestruturar a clínica veterinária BandarraVet. Uma reestruturação interna, de modo a permitir que o fluxo de trabalho seja mais fácil e rápido. Durante este tempo foram informatizados num programa específico, a gestão de clientes, animais (ficha clínica), serviços, vendas etc. Actualmente, a BandarraVet tem 1865 clientes, com 3847 animais (não contabilizando por unidade, as ninhadas), dentro dos quais, 1605 animais activos (o programa informático "exclui" automaticamente para os inactivos, os animais que não venham pelo menos a uma consulta durante um ano).
Esta gestão teve início desde 2003 mas impossibilitada por variadíssimas razões de estar devidamente actualizada. Foram assim três meses, de autêntica "paixão assolapada" com o computador, durante o dia, nos entremeios de trabalho, serões e fins-de-semana; uma "loucura".

Um programa de gestão, actualizado e extremamente poderoso que nos permite programar todo um leque de estudos estatísticos em várias vertentes: epidemiologia, variedade de serviços, actos cirúrgicos, categorização de consultas, internamentos, previsões, etc. Todo e qualquer animal tem a sua ficha clínica desde o primeiro dia que entrou aqui, uma autêntica "impressão digital" surpreendendo por vezes os próprios proprietários.
Uma poderosa "arma" para poder abraçar um projecto futuro. Obviamente, durante todo este trajecto, surgiram novas ideias, novos formulários, novas classificações e reestruturações físicas dentro da clínica, que dentro de possível serão edificadas.

Há quinze dias atrás recebemos a notícia da vistoria pelos elementos da Ordem dos Médicos Veterinários, para a acreditação da clínica. Mesmo oportuno! Se estávamos numa onda de reestruturação, assim continuamos mais um pouco. Não posso deixar aqui passar, o tão coincidente momento, pois Plutão tinha começado a sua retrogradação, "vindo resolver coisas inacabadas", presentemente na minha casa 10 em conjunção com MC!

A acreditação da clínica iniciou o seu processo no final do ano passado. A primeira fase, avaliação das competências profissionais do staff clínico foi superada. Uma vez que sou simultaneamente a directora clínica, a avaliação é mais exigente. Hoje, foi a vez da vistoria ao local físico da clínica, inspeccionado-a de modo a conferir o exposto no processo, e averiguar as condições de trabalho. Confesso que aqui e modéstia à parte, podendo corroborar os visitantes e clientes da clínica, que primamos por um ambiente de acolhimento agradável, de trabalho, de diálogo com os clientes.

A vistoria estava prevista para às 14.30 mas fomos avisados ontem à noite que seria antecipada para as 11.30. Correu tudo muito bem, admirando-se os próprios colegas pela edificação de uma clínica Veterinária como a nossa, numa zona dita, por "desfavorecida", e ficaram os desejos de sucesso.

Hoje, uma estranha sensação agradável me assolou: por um lado, a conclusão de um processo que nos faltava e por outro lado uma sensação de força "sobrenatural" que nos permite dizer a todos os clientes, amigos e leitores que a Bandarravet, está aqui "de pedra e cal" para abraçar no futuro, um projecto maior, melhor, almejando expandir para além fronteiras.

À minha mãe, ao meu irmão Patrick, à Susana, aos meus Astrólogos (António Rosa , Ana Cristina Corrêa Mendes, e Magda Moita), amigos e aos "pets" que são o motor da BandarraVet para evoluir, tornaram possível todo o esforço desempenhado nestes últimos meses, os meus mais sinceros agradecimentos.

Bem-hajam e brindemos com um bom e refrescante Moet Chandon!

Maria Paula Ribeiro



19/04/2009

A DOIS DIAS


Faltam apenas dois dias para um passo importante à Clínica Veterinária BandarraVet.
Muito trabalho, muitos pormenores de última hora, mas somos invadidos por um ambiente sereno de que nada, nada mesmo irá faltar.

Aguardemos terça feira, 21 de Abril 2009, às 14.30

14/04/2009

NO BLOCO OPERATÓRIO






Esta semana, inexplicavelmente, entraram 6 cirurgias: tumor mamário, endometrite, aborto, reconstrução de pele, castrações... E só estamos no início da semana.
Amanhã, estão 3 agendadas, se não houver contratempos de última hora.

BandarraVet em pleno, na sala de cirurgia!
Que não me falhe a minha música!

10/04/2009

FELIZ PÁSCOA, JOYEUSES PÂQUES, HAPPY EASTER, FELICES PASCUAS, FROHLICHE OSTERN














A todos os leitores, clientes e amigos, votos de uma Páscoa feliz.

02/04/2009

ÉS FORTE?

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