29/09/2010

KIKO


O Kiko é um labrador adolescente de 7 meses de idade.

Foi sempre seguido aqui desde bébé.

Entrou no dia 16 de Setembro, com um quadro de gastroenterite aguda com forte suspeita de ingestão de corpo estranho.

Foi estabilizado e encaminhado para um Hospital Veterinário, para exames de diagnóstico complementares.

Após os exames o diagnóstico era pouco animador: esofagite e gastrite ulcerativa por ingestão de tóxico.

O Kiko tinha ingerido amoníaco!


Foram 7 dias de medicação e cuidados.


Mas dia após dia recuperava.



A sua força e animosidade também cresciam!

E ele adorava as brincadeiras.

Tornou-se o meu fiel seguidor na volta da manhã e da noite aos internados!


Sempre muito atento!!!


Abraços e mais abraços...

É certamente no meio deles,

Que sinto o que não se vê,

Se transmite o que nenhum instrumento possa transmitir,

E se une o que se perdeu...

A Cura!

Kiko vamos lá tomar a medicação antes de ires embora!

Essa língua quer dizer o quê???


Teve alta na passada Quinta feira, dia 23, sob prescrição médica apertada e fortes indicações.

Kiko, vamos para casa?

Hummmm isso quer dizer um sim?

Hoje foi dia de controlo.

E como podem ver, o Kiko está a recuperar muito bem. Continua medicado por mais um mês, altura onde novo controlo será feito.

Já recuperou peso e acertei a medicação.

Meu amigo, agora vê bem por onde e o quê que metes nessa "matraca" !!!!

Que a Cura te acompanhe!

Bem-hajas!

Bem-Haja a toda a equipa que ajudou o Kiko!

Maria Paula Ribeiro


25/09/2010

OLHARES E OLHAR PARA DENTRO


Os olhos são a nossa porta de entrada para a vastidão de imagens que nos rodeia.

Imagens essas, que o nosso ego processa subtilmente mas simultaneamente a uma velocidade luminosa, dando-lhes a vida que queremos vivenciar.

Podemos ver e não olhar. E por vezes, olhamos e não vemos...



Dizem os sábios que os olhos são a porta de entrada da nossa "alma" onde cada partícula subtil que recebemos, activa a mais aveludada e frágil retina, percorrendo a posteriori o nervo óptico em direcção ao nosso cérebro e este transmite, irradia e impregna cada célula do nosso corpo.


Quantas vezes uma simples imagem, se transforma instantaneamente num turbilhão de emoções? Quantas delas nos fizeram sentir calafrios? Ondas de calor? Nojo? Medo? Tristeza? Alegria? Amor?

E se fecharmos os olhos?

Continuamos a olhar e ver, simplesmente um mundo novo, onde as imagens são formadas não pelo que vemos por fora, mas por dentro.


Dentro é o mesmo que dizer que olhamos para nós mesmos. Para o mais fundo e genuíno que temos e que somos.

Quantas vezes queremos olhar e ver lá fora a resposta para aquilo que queremos encontrar?
E torna-se difícil encontrar...


Quando temos sede, o que se passa?

Parem um segundo e vejam!

Não são as nossas células que têm sede?
Não são elas que nos "dizem" que estamos com sede?
Ou olhamos para um riacho e vemos a água e então apercebemos-nos que temos sede?



Os sábios dizem-no várias vezes:

"olha para dentro, conhecer-te-ás a ti próprio, ao mundo e ao Universo"


E aí encontrarás as tuas respostas, para tudo!


Bom fim de semana a Todos!

Maria Paula Ribeiro


22/09/2010

SHREK


O Shrek é mais um bébé que resistiu à Parvovirose, uma doença vírica, de prognóstico reservado e por vezes mortal.

Este ano, inexplicavelmente tivemos um surto que parecia não ter fim pois não paramos desde o início de Junho.

O Shrek pertence a uma família, cujos membros lidaram de muito perto com perdas importantes nas suas vidas.

O Shrek "reavivou" essa ferida, onde no limite de o querer e não o querer para não sofrer existe uma linha muito ténue e constantemente trémula...

Emoções e sentimentos não mais desejados

por mais uma possível perda...


Entre choros de tristeza e de dor perante um ser tão frágil sem nunca ter pedido para adoecer, é também nosso papel alimentar a esperança, a fé e intenção de superar a doença.

Tal como um escritor pode mudar o rumo da história final no guião,
podemos mudar a intenção e transmutar o desânimo, a dor, a angustia em esperança, paciência, coragem, perseverança e fé na Cura.


Toda a família se uniu e as visitas foram diárias, onde todos os membros vieram visitar o pequeno Shrek.

Mesmo o "Mitz" (ver aqui e aqui) o "vigilante" assíduo dos internados acompanhou o Shrek.



Mitz, "Queres é brincadeira!




Prometi que quando começasse a comer por ele, teria alta, com medicação apertada pois sabia que em casa estava também um "batalhão" de "enfermeiros" para continuar o seu processo de Cura.

E assim foi...



O Shrek, Curou-se.

Não só apenas ele ficou curado.

Naquela família, algo ficou curado, também.

Valores, crenças, sentimentos, emoções, tomaram simplesmente um novo rumo.....

Vida longa Shrek!



Maria Paula Ribeiro

20/09/2010

ROSNA-UM CASO DE MÍASES

Tenho reparado que a palavra "míase" tem sido alvo de pesquisa na blogosfera e muitos visitantes chegam ao BandarraVet, para a leitura deste post (clicar na palavra post), onde já foi debatido um caso clínico ao qual recomendo a sua leitura.

O caso de hoje é outro caso, não o único neste verão, mas que me deixou a reflectir bastante na falta de prevenção que temos.



A Rosna entrou no passado sábado ao fim do dia.
O dono avisou-me por telefone que se dirigia à BandarraVet, porque tinha observado uma pequena ferida com "bichos".

A Rosna é uma cadela de raça Serra da Estrela, de 7 anos de idade. Vive em liberdade dentro de uma propriedade cercada e com um enorme terreno circundante.




Ao exame físico apercebi uma pequena ferida com míases (parasitose, por larvas de moscas).
Curiosamente e com o decorrer da tosquia, apercebi-me que existia outra ferida, do lado oposto, na região abdominal e com muito mais míases.


A causa das míases no caso da Rosna era evidente: debaixo daquele manto de pêlo em mau estado, estava uma enorme quantidade de praganas (ou fura-sacos) literalmente "crivadas" na pele.
Foram retiradas várias de entre pequenos abcessos purulentos que se viam.



Investigando.

Aqui está em pormenor da segunda ferida.



À palpação pode ser perceptível a profundidade e invasão dos tecidos.
Podem ver ainda dois fura-sacos nas proximidades da ferida.
Vamos iniciar a extracção.



Um trabalho delicado, uma vez que a Rosna não se encontra tranquilizada, apenas contida tranquilamente pelo dono.

É impressionante como a Rosna se encontrava "deglutida" por aquelas míases sem nenhuma reacção.



Tratando-se de duas feridas abertas (esta com maior gravidade), dentro de dias e após limpeza da ferida será anestesiada para uma pequena cirurgia reconstrutiva.


Durante a extracção ou o final podem sempre colocar um pouco de água oxigenada (Peróxido de Hidrogénio).


Para além da sua importante função desinfectante, provoca um efeito mecânico de "empurrar" as míases para a superfície.

Útil para retirar alguma que se encontre em maior profundidade.



Contamos 89 míases nesta ferida. Na outra foram retiradas 23.
Cada caso é um caso, dependendo muito da sua localização.

Já o disse, tive casos bem mais graves.



Uma vez que a ferida irá permanecer aberta para drenagem, podem ainda colocar uma solução com uma avermectina diluída com soro fisiológico e colocar dentro da ferida (mantêm-se as recomendações para as raças sensíveis a esta molécula)

Funciona como preventivo e tratamento definitivo de alguma pequena larva (ou ovo de mosca) que ainda possam estar presentes.


Deixem ficar durante algum tempo e de seguida retiram o excedente.



Solução desinfectante na superfície da ferida.

Foi instituído de seguida um tratamento de suporte e a Rosna ficou internada.

Hoje esteve no parque, bem disposta e as feridas foram limpas e desinfectadas.

Amanhã iremos proceder à tosquia completa e um banho terapêutico.

Não se esqueçam que o grooming, falado aqui e aqui é fundamental para a prevenção destes casos.

A prevenção é essencial!!!


18/09/2010

TUCHA

A Tucha é a recém bébé tartaruga, de 3 meses que entrou com um quadro agudo de dor abdominal (ver aqui o link que explica esta pelagem característica).

Com 3 meses devemos ter cuidados redobrados, pois a dona administrou-lhe indevidamente uma substância, para além da causa primária da doença.


Foi feita fluidoterapia de suporte com mediação endovenosa e controlo da dor.


É prática corrente colocarmos determinadas plantas no intuito de poderem veicular, atráves delas (aroma, chás, etc) certas propriedades curativas.

Neste caso, trata-se da Hortelã-Pimenta-dos-Rios, com fortes propriedades para a dor abdominal, acidez, cólicas, distúrbios de digestão.

Parece que a Tucha está a ser atraídas por elas.



No dia seguinte, a Tucha começou a sua higiene.

Em felinos é um indicador fiável da relação saúde/doença.


Está a recuperar.


No final do dia, começou a miar...

Vamos lá ver o que ela quer, pois a menina já começou a comer paparoca.

Hummmm... colinho????

Brincadeira?


Reforços positivos são sempre salutares para o sistema imunitário!


Para os mais ávidos da sabedoria, leiam este post (clique aqui) sobre alguns avanços importantes na Medicina.


No bom caminho...

Amanhã deverá ter alta com recomendações terapêuticas!

Bom fim-de-semana a Todos

14/09/2010

PLUTÃO

Este pequenino ser, bébé foi encontrado no jardim da casa de uma cliente.
O miar dele era de tal forma ensurdecedor, que se fez ouvir mesmo no canto mais recôndito da casa.
Ninguém sabe de onde veio nem tão pouco há quanto tempo estava aí.
Simplesmente miava.


Apenas um pequeno ser, de duzentas grama, mas com uma força de vontade suficiente para caminhar lentamente e com uma vontade interior incomensurável de sobreviver e miar bem alto.


O "pequeno", de aproximadamente 3 semanas apenas, queria somente isso: "Sobreviver".
Mesmo com as tentativas de biberon dadas pela cliente, o "pequeno" continuava a miar.
Foi feita uma "papa", com paté minuciosamente triturado e com a ajuda da seringa foi-lhe dado a comer.

Impressionante e comovente foi a cliente poder assistir a "garra", vivacidade do "pequeno" em deglutir a papa.

Parecia a mesma força que o fizera miar de alto.


Quem sofreu nas profundezas da fome, como este pequeno ser, sentiu a sua vida a regenerar e se transformar.


A alegria da cliente foi de júbilo.
Pediu-me para ser "Madrinha" dele e lhe arranjar um nome.
Imediatamente me veio à cabeça o nome "Plutão", pois já tinha visto que era um menino.

Disse-lhe que escolhera esse nome por ter as características do planeta chamado Plutão.
Quando me perguntou mais sobre o assunto, respondi-lhe que por ela, um dia o saberia.

Deixo-te aqui o
link (clicar na palavra link) onde, com toda a certeza poderás encontrar a resposta.


Mas lembra-te que é dentro de nós que existe a força, o poder, a vontade de regenerar, de transformar ou "curar" o rumo da tua vida.

"Plutão" conseguiu e Tu também!




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